sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Impactos Sociais das Áreas Protegidas

Estamos participando de um trabalho muito interessante, ainda que seja prospectivo. Trata-se da busca por uma metodologia de análise de impactos sociais de áreas protegidas. O tema é por si só muito desafiador e o trabalho em questão está sendo liderado pelo IEB (Instituto Internacional de Educação do Brasil – www.ieb.org.br e pelo WWF-Brasil (www.wwf.org.br). Além disso, um seminário sobre o assunto está sendo realizado em Belém neste momento (de 25 a 28/11/09).


É desafiador primeiro porque “impacto” geralmente remete a um efeito negativo, ainda que essa visão seja limitada. E segundo porque no imaginário do coletivo, tradicionalmente, não há espaço para a inclusão de impactos negativos pela criação de uma área oficialmente protegida, como uma Parque Nacional, uma Estação Ecológica, ou qualquer outra categoria.

Não é curioso que a delimitação de um espaço como especialmente protegido, denominado de unidade de conservação, que irá proteger uma infinidade de espécies, recursos hídricos e gerar uma infinidade de serviços ambientais seja também promotor de conflitos com as populações que ali se inserem ou no seu entorno? É, isso pode acontecer e acontece!

Depois da criação de uma unidade de conservação geralmente a população não é envolvida seja no processo de construção do seu documento de gestão ou na administração/gestão da unidade. O que é, no mínimo, uma pena, um desperdício de capital humano e de conhecimento tradicional.

Sobre esse assunto, o que é mais interessante é que o tema nunca tinha sido levantado de forma disciplinada e com uma preocupação metodológica tão firme. Então os organizadores estão de parabéns, assim como todos os que se envolveram no debate.

Os resultados ainda estão por vir, principalmente, depois do encerramento do seminário. Vamos aguardar. Tenho certeza que todos ganham com um bom encaminhamento desse assunto.
Um abraço,
Fernando Vasconcelos